sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Vida de um bombeiro

Natural de Assilhó onde viveu a infância e juventude, Delfim de Bastos Ferreira de Carvalho rumou aos 23 anos até Vale Maior depois de ter casado com Emília. Com apenas 18 anos de idade (em 1964), Delfim Carvalho inicia nos bombeiros como voluntário e em 1997, a convite de José Ricardo Bismarck, comandante da corporação passa a ser oficial de dia do quartel. Além de bombeiro, Delfim Carvalho desempenhou funções como pedreiro e metalúrgico, na fábrica Alba onde esteve 27 anos. Entrou nos Bombeiros em 1964.

O “bichinho” em ser bombeiro foi incutido pelo pai. As histórias que o pai contava em casa fez com que o interesse fosse crescendo. Dessa forma, Delfim Carvalho, o irmão e irmãs decidem ir para os bombeiros.

Desde pequeno que ouvi histórias sobre os bombeiros. O meu pai era bombeiro por isso eu e os meus irmão decidimos seguir o caminho dele. As minhas irmãs faziam parte do corpo de voluntárias da saúde e eu e o meu irmão éramos bombeiros voluntários. Na altura existia um grupo de meninas que ajudavam no transporte de doentes ao fim-de-semana e as minhas irmãs decidiram juntar-se e ajudar.

Depois de um ano e meio de instrução, em 1964 iniciei a actividade voluntária na corporação albergariense que ficava situada na actual sede do Clube Desportivo de Campinho, em Albergaria. Na altura existiam apenas 22 bombeiros.

Em 1969 tive um acidente e o comandante da altura, José Laranjeira, convidou-me para realizar o trabalho de operador central. Mais tarde, em1997, José Bismarck, actual comandante convidou-me para ser oficial de dia do quartel, no quadro activo dos bombeiros.

Primeiro trabalho como bombeiro

Delfim Carvalho não esqueceu o primeiro dia como bombeiro. A corporação albergariense foi chamada para um incêndio em Angeja, mas um acidente com o carro aberto Chevrolet fez com que não iniciasse a actividade naquele dia.

O meu primeiro trabalho como bombeiro foi complicado. Na altura fomos chamados para um incêndio florestal em Angeja e seguimos num carro aberto Chevrolet. Não cheguei a combater o incêndio porque quando íamos a caminho do incêndio despistamo-nos, na conhecida curva do Tomás, no lugar do Sobreiro. Não ganhei para o susto e o sucedido não me fez desistir do sonho de ser bombeiro. No despiste não houve feridos, mas os danos na viatura foram elevados.

Sandra Carvalho, Jornal Beira Vouga, 30 de Abril de 2007


(...) foi também entregue pelo representante o crachá de ouro a Delfim Carvalho, há 44 anos ligado aos bombeiros de Albergaria-a-Velha e que, entre outras condecorações, possui a medalha de serviços distintos, grau ouro e que foi por várias vezes eleito bombeiro do ano da corporação. Vítima de um grave acidente que o deixou paraplégico, Delfim Carvalho mantém-se ligado aos bombeiros, sendo responsável pelas comunicações e desempenhando funções de instrutor dos candidatos a bombeiros. Particularmente emotivo foi o momento em que a irmã do homenageado - ela própria, em tempos, elemento do corpo activo - leu uma mensagem em que dizia que o irmão e os bombeiros «fizeram desta missão voluntária e deste objectivo a razão das vossas vidas».

Diário de Aveiro, 07 de Abril de 2008

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