sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jorge Sampaio


«Estou farto do desânimo e da descrença»

Contrariar o discurso da facilidade para incutir em todos os portugueses a cultura da competência, da formação, do rigor fiscal e do trabalho, foi o mote para o segundo dia da visita de Jorge Sampaio ao Distrito de Aveiro. «Estudar, ler, inovar, ter exigência, com responsabilidade num clima social atractivo», estas atitudes são as únicas possíveis, sustentou o Presidente, para valorizar a competitividade. Mas há também, enfatizou Sampaio, outro factor a salientar: «Não há País que singre sem o empenhamento dos seus cidadãos e dos seus políticos», dando conta que é com mandatos de proximidade que melhor se estabelece «a ponte essencial» entre votantes e eleitos.

Ao pegar no exemplo de alegria das crianças que o receberam nos Paços do Concelho de Albergaria-a-Velha, cantando, entre outros, o tema Sonho Encantado, Sampaio foi peremptório: «Estou farto da descrença e do desânimo. Nós não temos essa história...», pedindo até que as autarquias olhem mais para as escolas de ensino básico como locais onde germinam os ingredientes do futuro.

Por isso, volta a explicar a intenção desta sua visita, ao distrito de Aveiro, a grande maioria dos concelhos que nunca recebera a visita do chefe de Estado: «Levo a vida a dar visibilidade às histórias em que o trabalho é a chave do sucesso», a fim de Portugal se «tornar um País mais progressista e mais moderno». Afinal, sublinhou, «estes casos demonstram que os nossos trabalhadores constroem empresas competitivas, independentemente da origem dos capitais investidos».

Na resposta à intervenção do autarca de Albergaria, João Agostinho, que colocou ao mesmo nível, o Estado, as agências de inovação, as universidades e as empresas na promoção de desenvolvimento, o Presidente da República realçou ser, de facto, essa a combinação e «a chave do nosso futuro».

Nesta jornada - que incluiu visitas a duas empresas de Albergaria-a-Velha (uma de torneiras e mono comandos e uma metalúrgica de componentes com aplicação, entre outras, à indústria farmacêutica e automóvel) e Sever do Vouga (uma metalomecânica) - o Presidente da República voltou a sublinhar a necessidade de encarar o desafio da economia de futuro: «Quem pensar que as leis resolvem os problemas do quotidiano está completamente enganado», uma vez que, enfatizou, «é fazendo, experimentando, gastando horas em formação profissional que se atinge a competitividade».

PAULA CARMO / DN, 16/08/2004 (?)

JORNADA POR ALBERGARIA-A-VELHA E SEVER DO VOUGA

Sampaio prossegue hoje a visita pelo distrito de Aveiro

O roteiro presidencial inclui a visita a diversas empresas industriais PAULO NOVAIS/LUSA

Em Albergaria-a-Velha, o chefe de Estado vai conhecer a Durit - Metalúrgica Portuguesa de Tungsténio, que se dedica à produção de ferramentas e peças em metal duro e que tem apostado na ligação aos meios académicos e na formação, como factores de triunfo.

Por Albergaria-a-Velha se vai demorar também a comitiva presidencial em visita à fábrica da Grohe, uma multinacional alemã que se instalou em Portugal em 1996 e que se dedica ao fabrico de equipamentos de água para várias funções, nomeadamente torneiras de cozinha e de casa de banho.

Jorge Sampaio segue depois para o interior do distrito, sendo recebido nos paços do Concelho de Sever de Vouga, onde o presidente da Câmara, Manuel Soares, não desiste de reclamar a construção da barragem de Ribeiradio, para resolver o problema das cheias a montante, regularizar o Rio Vouga e contribuir para o desenvolvimento local.

O roteiro presidencial inclui a visita a outra empresa industrial, também localizada em Sever do Vouga, a A.Silva Matos SA.

Fundada em 1980, a Silva Matos é hoje a empresa-mãe de um grupo metalomecânico que se dedica ao fabrico e montagem de depósitos de combustível, cisternas de gás e reservatórios dos mais variados fins e que exporta para países tão diferentes como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Noruega, Marrocos, Tunísia, Angola, Cabo Verde e Países do Médio Oriente, entre outros.


Presidente da República visitou instalações da Grohe

29/01/2004

A visita do Presidente da República às instalações da Grohe teve início com uma breve cerimónia de recepção, onde António Carvalho, director-geral da Grohe Portugal, deu a conhecer a Jorge Sampaio e às outras individualidades e entidades presentes, entre eles o "Jornal da Construção", a importância da Friedrich Grohe no País, sublinhando o objectivo da empresa em duplicar, no prazo de três anos, a sua capacidade de produção. Para que isso suceda, afirmou, a Grohe vai ter que investir 21 milhões de euros, esperando que parte desse montante (cerca de 16 milhões de euros) seja comparticipada pela API - Agência Portuguesa para o Investimento.

Este investimento, segundo António Carvalho, vai ainda permitir aumentar o número de trabalhadores da fábrica dos actuais 355 para 522.

Cinco anos de sucesso

Criada em Março de 1996, a Friedriche Grohe Portugal, Componentes Sanitários, Lda, inaugurou a 28 de Maio de 1998 a sua fábrica de Albergaria-a-Velha.

Representando então um investimento de cerca de seis milhões de contos, esta unidade destina-se à produção integral de torneiras clássicas e de monocomandos.

A unidade de Albergaria-a-Velha é detentora da certificação do TÜV, à semelhança das restantes fábricas do grupo, segundo a norma DIN EN ISO 9001.

A estrutura comercial da Grohe, sediada em modernas instalações no Porto (Boavista), assenta numa rede de 20 distribuidores a nível nacional, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Em apenas sete anos, a sua facturação aumentou de um milhão de euros (1997) para 6,3 milhões em 2003.

No mesmo período, a sua quota de mercado aumentou de dois para 12 por cento, sendo hoje a Grohe a segunda maior empresa deste sector no mercado nacional. Inclusive, em alguns segmentos, como por exemplo nas torneiras de design, a Grohe ocupa já o primeiro lugar.

Na vertente de projectos, foi seleccionada, entre outras empresas, para o fornecimento de torneiras, chuveiros e sistemas de instalação (louça suspensa) em sete dos dez estádios que vão acolher o Euro 2004.

Um importante investimento

Dos 21 milhões de euros de investimento programados até 2006, 1,2 milhões destinam-se à formação profissional.

Este investimento irá permitir aumentar a capacidade de produção para cerca de cinco milhões de unidades/ /ano, em finais de 2006.

Para tal, a área fabril será ampliada dos actuais 10.894 m2 para os 18.000 m2, e novos e modernos equipamentos de produção serão instalados.

A Grohe Portugal apresenta elevados índices de qualidade, tendo sido em 2003 a empresa do grupo que apresentou a mais alta produtividade.

Sempre a crescer

A Grohe instalou-se em Portugal em 1997, ano em que criou também o seu Departamento Comercial, no Porto.

A execução do seu projecto industrial foi financiada pelo Estado português ao abrigo do Regime Contratual para o Investimento Estrangeiro.

Este projecto criou desde logo 255 novos postos de trabalho e levou à produção de um milhão de unidades em 2001, depois de a fábrica ter entrado em plena laboração em Janeiro de 1998. A Grohe tem, desde então, apostado na formação profissional dos seus trabalhadores, sobretudo em áreas como a Qualidade, o Ambiente, a Higiene e a Segurança. E alguns dos resultados foram: a obtenção, em Novembro de 2003 do certificado de Gestão Ambiental, atribuído pela entidade alemã TUV, depois de ter sido distinguida em 2002 com o prémio "Qualidade 2000+" destinado a empresas do grupo.

Já em Janeiro deste ano recebeu o prémio "Igualdade é Qualidade", atribuído pela Presidência do Conselho de Ministros e pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho "às empresas com políticas exemplares na área da igualdade de oportunidades entre mulheres e homen

Aecops, 29/01/2004
http://prewww.aecops.pt/pls/daecops3/pnews.build_page?text=11032383

Sampaio ficou a saber que a fábrica portuguesa da Grohe registou a melhor produtividade de todo o grupo.

Esta multinacional lidera o mercado europeu de torneiras e sistemas sanitários e irá expandir a sua fábrica portuguesa em Albergaria-a-Velha com um investimento total de 21 milhões de euros, 1,2 milhões dos quais são destinados à formação profissional.

O alargamento permitirá criar 230 novos postos de trabalho até ao final do ano 2006, altura em que o número total de trabalhadores ascenderá a 522.

A capacidade de produção ficará então na casa das cinco milhões de unidades por ano, sendo a actual área fabril, de 10.894 metros quadrados, ampliada em mais oito mil metros quadrados.

A escolha do grupo para reforçar o investimento em Albergaria-a-Velha em detrimento de outras localizações é assumida como uma consequência de a Grohe Portugal ter índices de qualidade ao melhor nível e de ter sido a empresa do grupo que no ano passado apresentou a mais alta produtividade.

A fábrica tem actualmente uma capacidade de produção de dez mil unidades por dia, emprega mais de 350 trabalhadores e irá atingir um volume de vendas de aproximadamente 67 milhões de euros.

Empresa portuguesa também tem sucesso

Outra empresa que Jorge Sampaio visitou hoje, esta de capitais integralmente portugueses, foi a Durit, fundada em 1981 e dedicada ao fabrico de peças e ferramentas de metal duro de alta precisão, e que é actualmente a empresa-mãe de um grupo industrial virado para a exportação, em especial para a Alemanha, e que possui também uma fábrica no Brasil.

Dos 89 trabalhadores que empregava no ano do arranque da produção e um milhão de euros de facturação, passou para os actuais 278 colaboradores e um volume de facturação em 2003 de 11,75 milhões de euros.

Nos dois últimos anos, apesar do aumento da produção, o preço do metal duro baixou em resultado da quebra da procura e do aumento da oferta, pelo que a Durit se vê obrigada a reduzir as margens de lucro para manter a competitividade, segundo explicou a Jorge Sampaio um dos responsáveis da empresa.

Contraste "entre a opulência escandalosa e a pobreza impressionante"

Ainda em Albergaria-a-Velha, o Presidente da República reafirmou também a mensagem de que tem de haver uma repartição equitativa dos sacrifícios que os tempos difíceis impõem aos portugueses.
Ao mesmo tempo exaltou os valores do trabalho, do rigor e da competência como meio de diferenciação entre os cidadãos e não o contraste "entre a opulência escandalosa e a pobreza impressionante", que, disse, tem visto em algumas situações.

https://www.publico.pt/2004/01/21/politica/noticia/sampaio-portugueses-tem-produtividade-invejavel-quando-sao-bem-liderados-1183060

Sem comentários: