segunda-feira, 14 de março de 2011

AHMA

A Associação Humanitária "Mão Amiga" (AHMA) lançou já a primeira pedra para a construção de uma nova creche em Albergaria-a-Velha, que ficará situada em Assilhó, em terrenos cedidos pela autarquia local. A nova estrutura, que vai ter capacidade para acolher 80 crianças, custará 500 mil euros (90 por cento dos quais pagos por fundos comunitários) e deverá estar concluída em Outubro de 2005. "Com a abertura da nova creche, vai passar a haver uma cobertura de 75 por cento das necessidades do concelho", garantiu José Menezes, presidente da associação humanitária albergariense.

Decidida a instalar mais uma creche no concelho de Albergaria, a AHMA tudo fez para levar o seu projecto a bom porto. A associação encontrou o apoio da câmara na cedência dos terrenos, conseguiu verbas comunitárias para a edificação da obra e, na passada quarta-feira, celebrou o lançamento da primeira pedra para a construção da futura valência. "Esta obra vai resolver o problema de muitas mães que são obrigadas a contratar amas porque não têm onde deixar os seus filhos no retorno ao trabalho", frisou Menezes, cuja associação se dedica, precisamente, ao apoio à infância e às suas famílias.

"Com a abertura da nova creche vai passar a haver uma cobertura de 75 por cento das necessidades do concelho", prosseguiu o presidente da AHMA, sublinhando que "já há uma lista de espera de 57 crianças". A afirmação agradou o director do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Aveiro, que fez questão de referir a falta dessas estruturas na região. "As creches são necessárias no nosso distrito, pois a verdade é que temos carências em quase todos os concelhos", focou Jorge Campino.

Autarquia garante apoio a instituições de solidariedade social

"A câmara municipal tem vindo a apoiar todas as instituições de solidariedade social, quer com investimento de capital em obras físicas, quer com apoio logístico", assegura o presidente da Câmara da Albergaria, João Agostinho Pereira, garantindo que "o concelho começa a ficar quase todo coberto de instituições de apoio à infância e à terceira idade". "É extremamente gratificante sabermos que as populações passam a ter mais qualidade de vida e sabermos que as crianças, os jovens e os mais idosos ficam bem entregues", conclui o autarca albergariense, enaltecendo a obra da AHMA.

A nova creche da associação deverá estar pronta para receber 80 crianças do concelho em Outubro de 2005. Até lá, a AHMA dispõe da "Lápis e Cor", uma creche que funciona, desde finais de 2001, numa casa alugada na Rua Primeiro de Dezembro e que acolhe 25 crianças até aos três anos de idade. A associação albergariense conta ainda com um jardim de infância que serve 44 crianças e um centro de acolhimento temporário, "O Aconchego", que abriga numa habitação fornecida pela autarquia cerca de uma dezena de crianças vítimas de maus tratos e de abandono. A AHMA tem ainda em mão o projecto "Raio de Sol" que, actualmente, consiste no apoio a 95 famílias disfuncionais do concelho.

"Mão Amiga" Lança Primeira Pedra de Nova Creche de Albergaria
 FILIPA GAIOSO RIBEIRO / Público (LOCAL CENTRO), 14 de Março de 2004

Notícias de Aveiro / Entrevista de 1999:

 
«A dimensão dos maus tratos em crianças é muito mais ampla», diz presidente da Associação 'Mão Amiga' (Albergaria-a-Velha)

A assinatura, no dia 20 de Dezembro, de um protocolo com a sub-região de saúde é o pretexto desta conversa com Torres e Menezes, presidente da Associação Humanitária 'Mão Amiga', com sede em Albergaria-a-Velha, que vai abrir um lar para albergar crianças em risco.

Onde funciona a Associação?
A Associação tem as suas instalações na Avenida Bernardino Máximo de Albuquerque,  num espaço cedido gentilmente pela Câmara. A casa chama-se «O Aconchego» e serve, principalmente, para acolher crianças vítimas de maus tratos, abuso sexual, negligência ou outras formas de violentação  do seu desenvolvimento ou dos seus direitos. Funcionará 24 horas, com apoio de médicos, enfermeiros, psicólogos, educadoras de infância e outros técnicos que as possam ajudar a regressar às suas famílias ou encaminhar para a adopção e assim crescerem saudáveis e felizes.


É já reconhecida pelas entidades responsáveis?

Trata-se de um projecto que pretende defender a cidadania das crianças. Temos em curso, junto do centro regional de segurança social para seremos considerados como instituição particular de solidariedade social.


Beneficiam de apoios oficiais?

Para dar cobertura a esta ideia, tencionamos estabelecer protocolos. Iremos rubricar um primeiro acordo com a sub-região de saúde de Aveiro e centro de saúde de Albergaria-a-Velha. Neste caso para dar apoio médico e enfermagem às crianças que poderão ser recolhidas na casa, bem como dotação de equipamento. Mas pensamos fazer outros protocolos, designadamente com o Ministério da justiça.


Qual a situação actual no que toca a menores sem o devido amparo em Albergaria-a-Velha?

O centro regional tem referenciadas 45 crianças. A dimensão dos maus tratos é, no entanto, muito mais ampla. A nossa associação, com o apoio de uma técnica, está a concretizar uma investigação para avaliar o grau de dimensão de famílias de risco. Após a primeira triagem, através dos ficheiros dos médicos de família, eliminando as de fora do concelho, temos 115 potenciais candidatas ao estatuto de famílias de risco. Fizemos questionários sobre qualidade de vida para termos a noção exacta da realidade. Estamos numa fase de tratamento dos dados que será usado como tese de mestrado na área de família e no próximo ano servirão para reflectirmos durante um encontro.


Quantos utentes esperam vir a ter?
O protocolo prevê 10 a 12 crianças. É uma habitação que funcionará transitoriamente. É nossa intenção propor no próximo ano à Câmara a cedência de um terreno para pensar a sério na construção de um edifício de raiz que até possa apoiar concelhos vizinhos. Indicados pela Segurança Social ou Tribunal, obviamente.


A população e forças vivas foram receptivas aos vossos apelos de apoio?

Nas obras de restauro da habitação tivemos muita ajuda mas apelo à comunidade a apoiar este "colo" que pretendemos dar às crianças desamparadas.


Noticias de Aveiro, 19/12/1999

 

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