quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vila ou Cidade

Albergaria-a-Velha pretende ser elevada a cidade. A nossa terra tem melhores condições que muitas cidades embora falte melhorar em muitos aspectos. Mas pergunto eu: Será melhor ser cidade de 5ª categoria ou vila de primeiro nível?

Qualquer terra à nossa volta já é cidade há bastantes anos pois desde há algumas décadas que há uma proliferação de Vilas e Cidades!

Sintra é Vila e sede de um concelho onde existem algumas cidades. Não nos podemos comparar a Sintra mas também nós deveremos ter orgulho na nossa condição.

Leigo nestas matérias não sei que vantagens poderá trazer uma eventual elevação a cidade. Caso não esclareçam as vantagens dessa elevação continuarei a prefirir que seja Vila mas que tenha condições de uma boa Cidade e que se desenvolva cada vez mais quer seja Vila ou Cidade.

Notícias surgidas hoje na comunicação social:

Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Aveiro apresentaram um projecto de lei na Assembleia da República a propor a elevação a cidade da vila de Albergaria-a-Velha.

O presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, João Agostinho (PSD), está confiante de que a vila vai ser cidade uma vez que "reúne os requisitos previstos na lei para subir de estatuto".
Em declarações à Lusa, o autarca lembra que este projecto de lei partiu de uma proposta feita pela autarquia aos deputados do PSD e conta com o apoio de todos os partidos que fazem parte do executivo camarário.

Lusa, 30/09/2010

Subir de estatuto?

Como referiu o Discente K, em texto republicado num anterior post, quais seriam as vantagens de ser uma cidade?

Alguns requisitos para ser cidade:

8000 Eleitores

S/N-instalações hospitalares com serviço de permanência
S-farmácias
S-corporação de bombeiros
N-casa de espectáculos e centro cultural
N-museu
S-biblioteca
S/N-instalações de hotelaria
S-estabelecimento de ensino preparatório e secundário
S-estabelecimento de ensino pré-primário e infantários
S-transporte público (urbano e inter-urbano)
S-parques ou jardins públicos.

Será que poderemos esperar um Museu independentemente de subirmos ou não de estatuto?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Distrito de Aveiro

Foram comemorados recentemente os 175 anos do Distrito de Aveiro.

O Distrito foi criado a 18 de Julho de 1835, constituído, então, por 53 concelhos. São 19 os concelhos que compõem actualmente o Distrito de Aveiro.

Governadores Civis com ligações a Albergaria-a-Velha:

José Henriques Ferreira foi um dos nomes ligados à criação do Distrito embora ainda não houvesse GC.

Alfredo Monteiro de Carvalho (1) - 18/08/1910 a 04/10/1910

Gaspar Inácio Ferreira - 18/08/1932 a 25/03/1936

(1) Conselheiro ALFREDO MONTEIRO CARVALHO, natural do concelho de Tondela. Formado em Direito. Delegado na Anadia, Juiz da Instrução Criminal de Lisboa, Procurador da República na Relação de Coimbra, reformado como Juiz do Supremo Tribunal de Justiça.


ver também:

http://novos-arruamentos.blogspot.com/2009/05/distrito-de-aveiro.html
Página do Governo Civil

Informação de Albergaria-a-Velha numa página antiga do Governo Civil

Educação e Saúde

EDUCAÇÃO

- Existem 29 estabecimentos de ensino primário e 24 lugares de jardim de Infância.

Possui ainda os seguintes estabelecimentos:

- Colégio de Albergaria-a-Velha

- Escola Secundária

- Escola de ensino básico 2,3 da Branca

- Escola Básica integrada 1,2,3 de s. João de Loure

- Biblioteca da Fundação Calouste Gunkenkian

SAÚDE

Albergaria-a-Velha tem Serviço de atendimento Permanente que funciona até as 24 horas; está programada a construção de um Centro de Saúde para a Branca; todas as freguesias com excepção da de Vale Maior têm posto médico, farmácia ou posto de medicamentos.

INDUSTRIA

Com uma excelente zona industrial, o desenvolvimento da Vila de Albergaria assenta no forte desempenho do sector secundário.

 As actividades mais significativas são as seguintes: Fundição, Metalomecânica, Confecção de têxteis, Transformação de madeiras e papel, fabrico de mobiliário, Fabrico de material cirúrgico, Cerâmica, Plásticos, equipamentos sanitários, Construção civil, Restauração, Panificação e Catering.

COMÉRCIO

Em Albergaria-a-Velha o comércio ainda é tradicional, onde predominam o comércio retalhista, automóveis, mobiliário e decoração, informático, plásticos, fundição, etc.

Demografia

ÁREA : 156 Km2

POPULAÇÃO: 24.146  

FREGUESIAS: 8

Albergaria-A-Velha, Alquerubim, Angeja, Branca, Frossos, Ribeiras de Fráguas, S. João de Loure e Valmaior

Nº DE ELEITORES:  19 394 (1998)

DENSIDADE POPULACIONAL: 155 hab/km2

FERIADO MUNICIPAL:  3º Domingo de Agosto

 ( Romaria em honra de Nossa Senhora do Socorro).

RECEITAS FISCAIS: 401.704.867$00 (2000)

Acessibilidades e Segurança

ACESSIBILIDADES

Beneficiando de uma invejosa posição estratégica à Vila de Albergaria confinam as mais importantes vias de comunicação do País.

- IP1 – ligação nó de Albergaria
- IP5 – ligação nó de Talhadas e nó de Albergaria
- EN16 – ligação a Sever do Vouga
- IC2 – ligação nó de Albergaria
- Helipista


Em projecto

-Duplicação do IP5

SEGURANÇA

A vila tem quartel da Guarda Nacional Republicana bem próximo do centro. Sente-se a necessidade de outro quartel, designadamente na Vila da Branca.

GASTRONOMIA

 O concelho de Albergaria apresenta uma gastronomia muito variada onde salientamos: A lampreia, as enguias fritas ou de caldeirada e ruivacos; Leitão assado à moda de Angeja; Rojões com grelos; Cabrito Assado.

Para sobremesas aconselhamos: Os biscoitos turcos e raivas; Doces de gemas; Pão doce; Regueifa; suspiros e o tradicional arroz doce.


TURISMO

Situado onde as serras terminam e a planície começa, é banhado pelos rios Caima e Vouga onde não faltam as paisagens deslumbrantes dos vários pontos do Concelho.

Dominado pelos rios Vouga e Caima os quais conferem a pratica da agriculta nos Vales de Ribeira de Fráguas, Vale Maior, Angeja e Frossos. Num deambular pelo concelho o património natural e ecológico estão bem presentes. Uma visita ao Paque do Monte da Senhora do Socorro é obrigatória. Na Pateira de Frossos as aves migratórias encontram refugio, ans freguesias de Ribeira de Fráguas, Vale Maior e campos agrícolas de Angeja e Frossos, desfruta-se de uma magnifica paisagem verdejante e dos pontos mais elevados da Branca, nomeadamente no Monte S. Julião, pode-se avistar toa a zona desde aí até à Ria de Aveiro. Do património edificado aconselhamos uma visita às Igrejas das oito freguesias que compõem o Concelho de Albergaria. Os Pelourinhos de Angeja e Frossos e toda a caracterização do seu urbanismo representam a  municipalidade destas duas Freguesias.


ARTESANATO

- Produção artesanal dos cestos de vime
- trabalhos de tear
- tapeçarias
- miniaturas em madeira

sábado, 25 de setembro de 2010

Igogo


Recomenda-se uma visita ao iGoGo - Portal de Turismo de Portugal.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Recordações do anuo de 1842

Portugal: Recordações do anuo de 1842. Traduzido do allemão Por Felix Maria Vincenz Andreas Lichnowsky (Fürst von)

Perto da meia noite chegámos ao Porto; depois de poucas horas de descanço montámos de novo, pois que tinhamos ainda de fazer uma longa marcha. Entrámos na província da Beira por um valle agradavel junto á Feira ; ao meio dia, depois de uma jornada de cinco legoas, parámos além de Oliveira de Azemeis em uma pequena aldèa meio occultada por um grande numero de arvores, e que se chama S. João da Madeira.

Á tarde descobrimos entre a nova, e a velha Albergaria a primeira, e mais completa matta de córte de Portugal; são pinheiros de grande altura, quasi todos da mesma especie ; os cortes fazem-se regularmente, e tem-se mesmo feito novas plantações; era isto mais do que eu esperava, e explica-se pela circunstancia de se achar esta matta proxima do mar, e ter sido aproveitada desde muitos seculos para construcções navaes.

Atravéz de uma clareira descobria-se uma bella perspectiva de extensos valles, o Vouga, e a planície e ria de Aveiro. Tendo atravessado o Vouga sobre uma grande ponte, fizemos alto á noite na Albergaria velha, que é a estação media no caminho do Porto a Coimbra.

Muitas caravanas de machos, que tinham chegado antes de nós, haviam tomado já a maior parte do espaço nesta grande mas unica hospedaria, de maneira que nóS só com difficuldade obtivemos alojamento; alguns Allemães que vieram mais tarde, entre elles o sobrinho do meu amigo Meyer consul geral em Bordeos, e o Snr C. de Hamburgo, tiveram de contentar-se com o pavimento da casa de jantar.

Ainda que diariamente chegam aqui muitas cavalgadas, (por que quasi ninguem viaja só), e nunca se encontra nem logar, nem comida sufficiente; comtudo até agora nem o estalajadeiro tratou de fazer melhores acommodacões, nem outro indivíduo se lembrou de estabelecer uma segunda hospedaria ; a industria, e o conforto acham-se ainda n'um estado muito primitivo naquella terra. Esta região parece em geral (...)
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Assinaturas

Jornal Beira Vouga, 1990

Jornal de Albergaria 2004

MAIS UM ANO DE PUBLICAÇÃO

O Jornal de Albergaria completou este mês de Fevereiro [de 2004] o seu 11º ano de Publicação.

Longe vai o ano de 1993 em que um grupo de albergarienses se congregou em torno do projecto de (re) construir um jornal verdadeiramente local que, com seriedade, empenho e inteligência, servisse o concelho de Albergaria-a-Velha.

Servir Albergaria era encarado sob duas perspectivas: por um lado, dar notícia dos pequenos/grandes acontecimentos da vida das nossas gentes e das nossas instituições. Notícias que não teriam lugar em jornais de maior dimensão, mas que nos interessavam, pois, fazendo parte do nosso quotidiano, eram pedaços da nossa vivência mais chegada. Por outro lado, discutir a nossa comunidade e a nossa terra, pensando uma e outra como uma realidade histórica, vindo coerentemente do passado e projectando-se no futuro.

Interessava um jornal local que soubesse colocar com clareza questões eternas e tão óbvias como as de saber 'de onde vimos´, 'quem somos´, 'para onde vamos'. Ou seja, questões de identidade sócio-cultural.

Infelizmente, da equipa inicial de pessoas que pensaram o projecto, poucos foram os que vieram a participar regularmente na sua execução. Bem decisiva, pelo contrário, veio a revelar-se a colaboração e o apoio de quem não foi fundador, mas que abraçou o projecto de um jornal local com entusiasmo e verdadeiro sentido cívico.

Como quer que seja, o que importa é que o Jornal de Albergaria entra no 12º ano de publicação, contando com um grupo de colaboradores interessados e dedicados. É já um jornal adulto, maduro, consciente da sua importância social. E isto já é gratificante.

Sublinhamos o sentido agradecimento aos nossos colaboradores, pois sem eles o Jornal de Albergaria não seria possível, e aos anunciantes, que nele confiam e lhe garantem o necessário suporte financeiro. À direcção da proprietária do Jornal de Albergaria, a Cooperativa de Comunicação Social, na pessoa do seu presidente, sr. Mário Vidal da Silva, apresentamos públicos agradecimentos pelo apoio inexcedível que sempre nos prestou. Nos bastidores do jornal, a Direcção foi sempre um amparo firme e seguro, que deve ser realçado.

Se o Jornal de Albergaria está de parabéns, é justo que reenviemos as felicitações aos nossos leitores e assinantes, que são a razão de ser de qualquer publicação. Foi por eles que o jornal nasceu, é por eles que o jornal existe.

Mário Jorge L. Pinto, Jornal de Albergaria. 25/02/2004

Curiosamente não foi publicado qualquer texto aquando da passagem do 15º aniversário do periódico ocorrido em 2008. Num momento em que está a passar por uma fase de restruturação fica aqui os nossos desejos para que consiga dar um passo em frente e que dure por muitos e bons anos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Festa da fraternidade

Imagem com a representação da Igreja paroquial antes das obras.

(Foto da Igreja)


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Albergaria-a-Velha 1954


(Texto de 1954)
ALBERGARIA-A-VELHA é uma povoação antiquíssima a que deu nome uma albergaria fundada por D. Teresa, mãe do Rei conquistador, e onde ainda se pode admirar a inscrição «Albergaria dos Pobres e Passageiros da Rainha D. Teresa».

Situada nos cruzamentos das estradas Lisboa-Porto, Porto-Aveiro, e Porto-Viseu, a sua importância topográfica ditou em 1919 a sua ocupação pelas tropas Couceiristas e a proclamação da Monarquia, que já estava implantada no Norte.

Uma indústria florescente das fábricas de papel, telha, pasta, louças e serração, minas de cobre, algumas com cerca de mil metros de profundidade, uma estação de caminho de ferro de grande movimento, carreiras de camioneta para Coimbra, Lisboa, Porto, Aveiro, Viseu, etc., completam um quadro muito diferente.

E a este progresso podemos acrescentar o comércio intenso de madeiras, vinhos e outros produtos agrícolas, a que o Estado Novo de modo algum tem sido estranho.

Por intermédio da Câmara Municipal, tem vindo a ser desenvolvida uma acção persistente, salientando-se a acção do seu presidente o sr. Comendador Augusto Martins.

Nunca é demais assinalar que se não fosse o esforço administrativo dos homens bons de cada concelho, em prol do progresso material e espiritual da sua terra, numa luta quotidiana que tem de ser travada contra a inércia e o comodismo de muitos responsáveis, se não fosse o espírito de sacrifício e o desinteresse por particularismos que só dividem e prejudicam, não poderíamos hoje contar, como contamos, com uma Albergaria-a-Velha completamente transformada, no aspecto físico como no moral.

*

Na verdade e começando pelas obras públicas realizadas na vigência do Estado Novo, comparticipadas ou não pela Câmara, temos: reparações das estradas municipais de Pardos à Barca do Almear; idem de Frias a Frossos; de Albergaria-a-Nova — lanço do Palhal — à E.N. 16-3.ª; de Angeja a Fontão; de Paus a Alquerubim, 1.ª fase; de Albergaria-a-Nova — lanço da E.N. 1 — para o Carvalhal; de Souto da Branca a Fradelos, por Casaldina — 1.ª e 2.ª fases; desde o campo da Feira dos 22 até ao cemitério de Albergaria-a Nova a Ribeira de Fráguas — fase única e rectificação da Av.ª Máximo de Albuquerque e Largo do Hospital.

Obras concluídas — ampliação do cemitério da Vila de Albergaria-a-Velha.

Obras em curso: abastecimento de água à vila de Albergaria-a-Velha e aos lugares de Assilhó e Sobreiro.

Obras projectadas: em estradas, reparação da de Sobreiro a S. Marcos; da de Azenhas (Colmoma) à estrada municipal n.º 6; de Azenhas até ao Fial, passando por Salgueiral; da estrada municipal 26 até Telhadela, de Ribeira de Fráguas ao Carvalhal — 3 fases; de Beduido à Igreja de Alquerubim e de Pinheiro a Anotas.

Em Águas e Saneamento, está em curso o abastecimento de águas à vila de Albergaria-a-Velha e aos lugares de Assilhó e Sobreiro, cujo orçamento prevê uma despesa de 2.000.000$. Projecta-se, estando para isso votada a verba de 1.000 contos, abastecimento de água à freguesia de Vale Maior; lugares de Fontes e Ameal da freguesia de Alquerubim; lugar de Igreja da freguesia de Ribeira de Fráguas; lugares de Laginhas, Escusa e Casaldina da freguesia da Branca.

Na obra de electrificação de todo o concelho que está em vias de conclusão, despenderam-se já 1.600.000$. Como índice do que se faz neste terreno basta dizer que a majestosa Av.ª Máximo de Albuquerque vai também ser electrificada.

Um ante-plano de urbanização, já homologado por Sua Exª o Ministro das Obras Públicas, está a executar-se em parte, sendo de notar o esforço próprio da Câmara neste caminho, que por sua conta e risco projecta urbanizar o terreno do bairro que está a ser construído pela Misericórdia.

Mas não só nas Obras Públicas ou no Saneamento é que se tem trabalhado. No campo da Educação, Cultura e Assistência, muito se tem feito. Assim, concluíram-se dois edifícios escolares, adentro do Plano dos Centenários — um em S. João de Loure (2 salas de aula), outro em Albergaria-a-Velha (4 salas de aula), e estão a concluir-se o do Sobreiro (2 salas), Telhadela (idem) e Ribeira de Fráguas. É de esperar além disso, que o de Albergaria-a-Nova comece a ser construído ainda este ano por já ter sido adquirido o terreno.

Se o turismo, para que o concelho possui condições notáveis, não tem sido ainda aproveitado, nem nada se tendo feito do Monte da Senhora do Socorro que a isso muito se prestava, em compensação, nestes últimos três anos, só a obras de Assistência foram concedidos subsídios que totalizaim a quantia de 400.890$90, com destino à Misericórdia, Bombeiros, Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha e doentes pobres.

O Município procede ainda, a abertura de uma artéria desde o Centro Cívico à Estrada Nacional n.º 1, a reparação de todos os pavimentos da vila, a reparação de um troço de estrada em Frossos, e a construção das casas dos magistrados.

É da colaboração do Estado Novo com os representantes da vontade e do verdadeiro sentir deste concelho que, na senda do progresso destes últimos 25 anos, se espera que Albergaria-a-Velha continue a progredir cada vez mais.

Fonte: Aveiro e o Seu Distrito, 1954

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Scenas de Aldeia

Na internet existem algumas entidades que também promovem serviços de digitalização de algumas obras literárias. No âmbito do projecto Gutenberg foi lançada em 12 de Janeiro de 2010 a versão e-book do livro "Scenas da Aldeia" de A. Augusto de Miranda editado originalmente em 1909.

O Dr. António Augusto de Miranda nasceu em Aveiro mas tinha familiares em Alquerubim onde viveu durante vários anos. Foi director dos jornais "Progresso de Alquerubim" e "Democracia do Vouga".

Há algum tempo sugerimos que a C.M. de Albergaria poderia criar um espaço na internet para colocar obras de autores albergarienses.


http://manybooks.net/titles/mirandaa3094730947-8.html


(excerto)

Alquerubim!


Só o nome é bonito! Parece que nos deixa nos ouvidos um tinir semelhante ao de uma gargalhada innocente e ingenua d'uma creança!

Pensareis talvez que estas palavras são a expressão expontanea do sentimento que me inspira, como a todos nós, a evocação da terra que me viu nascer.

Não.

Quando pronuncio a palavra «Alquerubim», a minha alma não experimenta aquella sensação que nos faz pulsar de enthusiasmo o coração quando pronunciamos o nome da terra em que pela primeira vez abrimos os olhos no mundo; porque não foi alli que sorvi os primeiros tragos de leite no seio materno.

Mas se não foi alli que lancei os primeiros vagidos, foi comtudo onde a minha juventude deslisou suavemente como um murmurante arroio serpeando por um prado tapetado de boninas e violetas.

É por isso que, ao evocar esse nome, o sentimento que brota dentro do meu peito, se não tem o vigor patriotico, tem comtudo uma doçura inexprimivel--a saudade.

(...)